Ministério do Trabalho e Emprego realiza audiência pública com supostas lideranças de trabalhadores por app para discutir diminuição de acidentes com motociclistas

As duas principais instituições do segmento de entregas rápidas do Brasil, que reúnem os sindicatos de motofrete, mototáxi e ciclistas profissionais de vários estados brasileiros não foram convidadas para debater com o governo federal soluções para diminuição de acidentes envolvendo motociclistas.

Devido ao alto índice de acidentes em todo Brasil envolvendo motociclistas, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou audiência pública para discutir o assunto a portas fechadas, “às pressas” e sem convidar nenhum sindicato representante da categoria, em Brasília, no último dia 5 de novembro.

A discussão é de suma importância para o setor de motofrete porque as mortes só aumentam.

Para se ter uma ideia, entre 2011 e 2021, as internações cresceram 55%, passando de 70.508 para 115.709, conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde em levantamento feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse crescimento teve impacto na alta taxa de hospitalizações, que foi de 5,5 por 10 mil habitantes em 2020 para 6,1 só em 2021.

O que causa espanto e dúvidas no setor do motofrete é justamente uma reunião dessa importância não ter a presença de nenhum sindicato representante legítimo da categoria. Febramoto e o Conselho Nacional dos Sindicatos de Motofrete, Mototaxi, Entregadores e Ciclo Boys do Brasil, por exemplo, sequer foram convidados e souberam desse encontro secreto pelo próprio MTE, que deveria ter convidado os representantes oficiais da categoria

Na ocasião da reunião, o próprio Macena, inclusive, citou o “baú de São Paulo”, medida pioneira que serviu de modelo para regulamentações de equipamentos de segurança – entre outras questões, mas deixou também o SindimotoSP, de fora da discussão.

Pela importância dessa discussão, tanto Febramoto quanto o Conselho estão entrando em contato com o secretário-executivo da pasta, Francisco Macena, que liderou os trabalhos; com o secretário nacional de Economia Solidária, Gilberto Carvalho e o secretário nacional de Relações do Trabalho, Marcos Perioto, para saber o porque da reunião sem a presença deles e sim, da participação de supostas lideranças do segmento de motofrete.

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