Pesquisa da FGV SP diz que 70% dos trabalhadores informais querem carteira assinada; estudo mostrou que reforma trabalhista foi balde de água fria nos direitos trabalhistas

A reforma trabalhista sancionada pelo ex-presidente Michel Temer, em julho de 2017, abriu caminho para um triste período de precarização nas relações de trabalho.

Foram mais de cem tópicos alterados na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) que empurraram mais de 25 milhões de brasileiros para a informalidade.

Atualmente, os números estão estabilizados, mas a informalidade e a falta de direitos trabalhistas atingem milhões de trabalhadores em todo Brasil.

As alterações na CLT, com o propósito de criar mais empregos, mostraram na realidade um jogo de interesses que beneficiaram apenas as empresas e seus donos.

Nesta semana e sete anos depois da reforma, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre), revelou que 67,7% dos trabalhadores informais desejam voltar para a formalidade por conta da precarização. De acordo com a pesquisa o Brasil tem 25,4% de profissionais em exercício autônomo.

Abaixo, você confere alguns dados da pesquisa:

  • 75,6% dos autônomos mais pobres, que ganham até um salário mínimo, desejam CLT.
  • 70,8% dos autônomos com renda de um a três salários mínimos, também querem trabalhar CLT.
  • 44% dos autônomos que recebem até um salário mínimo são, em sua maioria, homens e negros.
  • 38% dos trabalhadores informais têm entre 45 e 65 anos.
  • 19,8% dos informais podem ter oscilação de mais de 20% na renda entre um mês e outro.

A maior parte das vagas criadas desde a reforma trabalhista foi precária. Entre julho de 2017 e junho de 2024, o número de trabalhadores informais passou de 21,7 milhões para 25,4 milhões, representando um crescimento de 17%. Segundo o pesquisador da FGV Ibre, Rodolpho Tobler, as pessoas acabaram migrando para a informalidade por necessidade, não por desejo.

As empresas também se beneficiaram com o enfraquecimento dos sindicatos, a limitação do acesso à justiça e a possibilidade de o patrão negociar com o funcionário sem o intermédio do sindicato. Ademais, a piora das ofertas das vagas CLT forçou mais pessoas à informalidade.

 

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