Empresas de app devem ser responsabilizadas solidariamente e pagarem direitos trabalhistas aos entregadores
Os empresários das startups tecnológicas, que exploram o setor delivery no país, estão fugindo de suas responsabilidades desde que chegaram, oferecendo-se como meras intermediárias entre consumidores e entregadores de aplicativos.
Sem fiscalização efetiva do governo federal, que criou 3 leis federais especificamente para o motofrete, estas empresas ditam as regras na categoria, desobedecendo normas, gerando conflitos e, principalmente, empurrando ladeira abaixo toda uma categoria de trabalhadores de entregas express.
Além de não se responsabilizarem socialmente, burlam às leis do trabalho, ao ponto de, numa entrevista, o CEO do iFood, na época, Fabricio Bloisi , alegar que a legislação trabalhista brasileira é antiga e que discussões sobre “tem direitos sociais ou não tem”, não existem para ele, pelo contrário, os trabalhadores estariam, inclusive, satisfeitos.
Com esse discurso generalizado pela empresa e absorvido por outras, elas sujeitam os entregadores a longas jornadas de trabalho, oferecem baixa remuneração e não disponibilizam estrutura a altura que o trabalho exige, para que os trabalhadores exerçam à profissão com dignidade.
Enquanto isso, os trabalhadores em regime de CLT têm direito a periculosidade, aluguel de moto, férias, 13º, cesta básica, seguro de vida grátis e outros benefícios, enquanto os entregadores da empresas de app ficam com todo o custo da profissão e, em caso de acidentes, abandonados à própria sorte.
Iludidos por uma falsa promessa de liberdade, estes profissionais autônomos não tendo outra opção acabam sujeitando-se a essa situação, inclusive, correndo o risco diário de não voltar mais para casa, por conta de um acidente fatal no fim do dia.