Das 190 mil internações no SUS apontadas pelo Ministério da Saúde; 61,6% eram de motociclistas

A precarização do setor de entregas por aplicativos, promovida pelas empresas de app, tem sido a grande causadora de acidentes e lesões de trânsito envolvendo motociclistas despreparados, sem experiência que entram nessa atividade por conta de desemprego ou para aumentar renda.

Iludidos pela sensação de autonomia, liberdade ou dinheiro fácil, entram num sistema exploratório de empresas que dominam o setor e literalmente escravizam os trabalhadores que se sujeitam a longas jornadas de trabalho, baixos salários, nenhum acesso a benefícios trabalhistas e a total falta de estrutura para o exercicício da profissão.

E os resultados disso aparecem em pesquisas que mostram a perversidade desse sistema, como apontou o SUS, em estudo realizado entre 2011 e 2021 que mostrou serem os motociclistas as maiores vítimas de lesões de trânsito
com consequências mais graves como perda de membros (principalmente pernas) e óbitos.

Só em 2021 foram 11.115 mortes e aumento da taxa de internações em 55% com um custo para a sociedade de cerca de R$ 50 bilhões por ano, sendo a maior parte relativa a perda de produção das vítimas seguido pelos custos hospitalares. O aumento se deu com o crecimento da demanda por entregas por aplicativos.

“Quem perde com isto? Todos nós, sociedade civil, enquanto as empresas de aplicativo ficam cada vez mais milionárias. É preciso dar um fim a isto urgente ou veremos toda uma geração de trabalhadores sem poder trabalhar, abandonados pelas empresas de app e ficando sob cuidados do INSS.”

Gilberto Almeida dos Santos, o Gil

Presidente do SindimotoSP, da Febramoto e do Conselho Nacional de Sindicatos de Motoboys, Motoentregadores, Mototaxistas e Ciclistas Profissionais.

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