Defendo uma categoria menosprezada pelos nossos governantes

Inicio minha reflexão já com a justificativa em ter escolhido este título ‘luta incessante’. O dicionário define o termo como “aquilo que não sofre interrupção; contínuo, ininterrupto”. E é assim como eu enxergo cada minuto da minha vida nos últimos anos. A categoria dos Motoboys é composta por quase 300 mil trabalhadores. Tente imaginar nesses anos todos como sindicalista o quanto de reclamações, denúncias e relatos dos mais variados passaram pelas minhas mãos. Muitas vezes, iniciei meu dia sem o sol raiar e saí do escritório quase meia-noite. E quem pensa que eu reclamo disso está muito enganado. As iniciativas são o meu combustível de todos os dias.

É PRECISO SE MEXER

Quem acompanha minha trajetória sabe: sou pré-candidato a vereador pelo PSD. Quem não sabia, agora está ciente. E o motivo de ingressar na empreitada é justamente lutar mais arduamente contra condições precárias de trabalho, longas jornadas e baixas remunerações. Existem situações inaceitáveis. E, exemplifico isso de maneira clara, com a apresentação de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), apresentada ao público nesta semana.

Segundo o Instituto, 70% dos Entregadores de Apps não querem carteira assinada. Eu não posso tomar a pesquisa como referência válida depois de tanta bagagem sindical. Uma das principais preocupações da categoria é justamente a crescente falta de segurança no trabalho. E qual é o suporte dado pelas empresas de aplicativos para os Motoboys? Temos visto tantos casos de Motocas acidentados sem qualquer reparação por parte destas grandes companhias. Se tivessem garantias poderiam acionar o Auxílio-Doença, por exemplo. Mas a realidade é outra. Além das sequelas do acidente de trabalho, também ficam sem receber NADA por estarem fora da ativa.

ARTICULAÇÕES NECESSÁRIAS

Outro ponto da pesquisa foi o apoio ou não aos movimentos paredistas dos Motoboys. Segundo o Ibope, 40% dos entrevistados disseram apoiar o movimento, enquanto 18% são indiferentes e 23% não apoiam. Ainda, 8% disseram não ter tido conhecimento sobre o movimento. Considerando estes números como verdadeiros, também não entendo o conflito de informações. Se existe este apoio para os manifestos, com reivindicações justas, como 70% podem não querer adquirir seus direitos?

Devemos articular mudanças para a categoria através da pressão, de pessoas comprometidas e da vontade política dos governantes. E, claro, sempre abertos para sugestões. Tanto que solicitamos ao Ibope os dados gráficos da pesquisa para entendermos os resultados apresentados. Pois, seja em qual frente for, se é pelo bem dos Motoboys de São Paulo, estou preparado para participar de debates e atuar firmemente na defesa da categoria.

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