iFood quer manipular processo legal de regulamentação dos entregadores de motofrete com manifestação de fachada
A manifestação dos entregadores por aplicativos marcada para amanhã, dia 25 de janeiro, tem fortes indícios do iFood estar por trás, ditando as regras do jogo em mais uma tentativa desesperada de dividir a categoria, além de tentar tirar o foco do processo de regulamentação legal que está sendo discutida em Brasília, pelo Governo Federal, com ênfase nos direitos trabalhistas.
Não discutir direitos trabalhistas é tudo que o iFood e demais empresas que atuam como plataformas digitais querem, e assim, apelam para práticas antissindicais fabricando pautas desconexas com a realidade do trabalhador e manifestações ou greves com associações de gaveta, sem lideranças expressivas ou reconhecidas pelas autoridades públicas e trabalhadores.
Para se ter uma ideia, todos os supostos líderes desse ato para amanhã sequer tem história no setor e são completos desconhecidos pela categoria. Boa parte deles são influenciadores digitais que pensam muito mais em “likes” do que na precarização trabalhista que vive o trabalhador.
O iFood, só para relembrar, foi denunciado ano passado por produzir material fake e pagar agências de marketing para minar a autoridade dos sindicatos diante dos trabalhadores. O fato foi comprovado e segue sob investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT), além de ter sido citado na CPI dos Aplicativos promovida pela Câmara dos Vereadores de São Paulo.
Nestas manifestações que ocorrem sem a presença de sindicatos ou mediadores de peso, como o Ministério do Trabalho e Emprego, os falsos líderes apresentam pauta fria, manipulam os trabalhadores e fazem exatamente o que as empresas querem. Nada surte efeito ou muda, de fato, a vida dos trabalhadores. É só para inglês ver, como diz o popular ditado.
Em contrapartida, o SindimotoSP já denunciou essas empresas de aplicativo no MPT e sentenças já foram proferidas a favor dos entregadores. Também, com o apoio da Febramoto e do Conselho dos Sindicatos dos Motoentregadores, Motofretistas, Motoboys e Ciclistas do Brasil, lançaram o Manifesto contra Empresas de APPS, que reivindica, entre outros direitos: Convenção Coletiva de Trabalho e Acordos Coletivos; carga horária de 44 horas semanais; piso mínimo da Categoria; adicional de Periculosidade e aluguel da moto, entre outros.
É preciso que todos os trabalhadores do setor se unam em prol da categoria e foquem numa pauta positiva, que melhore a vida e o exercício da profissão, pois, fora isso, quem apenas continuará ganhando (e lucrando bilhões de reais) serão as empresas de apps, como o iFood.