Somos (quase todos) idiotas? O resto, por pensar diferente, não.

Gilberto Dimenstein, no programa Mais São Paulo da CBN no dia 30/9, criticou as pessoas que são contra a redução de velocidade na capital chamando-as de idiotas (ouça aqui). Em pouco mais de 7 minutos, entre outros assuntos, o jornalista citou: 1°) dados estatísticos que mostram queda de 20% nas mortes ocorridas no trânsito; 2º) exaltou as medidas tomadas pela administração da prefeitura e 3°) criticou quem é contra a redução de velocidade.


Em relação ao primeiro item, também ficamos extremamente felizes com a redução de mortes porque uma vida, de fato, não tem preço. Inclusive, realizamos campanhas com parceiros do sindicato na categoria de motofrete em relação a segurança na condução da motocicleta e uso de EPI. No segundo item, deixamos um ?, porém, no terceiro e último comentário, de quem é contra as medidas citadas, vale ressaltar que não somos contra a redução da velocidade em si, e, sim, contra a falta de transparência que a administração municipal proporciona em relação ao uso dos recursos vindos das multas, principalmente para à imprensa, da qual Dimenstein faz parte. Aliás, nos causa estranheza ser chamado de idiota quem é contrário a alguma coisa. Como seria exercida à democracia se não houvesse opiniões contrárias? 


O que nos deixa com um pé atrás nessas estatísticas divulgadas é que elas são feitas justamente pela CET, ligada diretamente a administração. Talvez, repetimos, talvez, a lisura e independência, além da autenticidade dos dados, devessem vir de instituição particular não ligada ao sistema que ela mesma implantou, assim como ter interesse específico no assunto, diga-se de passagem, aumento na arrecadação. Com isso, não estamos colocando em dúvida a veracidade dos dados muito menos da CET, mas sim, a prefeitura poderia se preocupar e se equipar contra dúvidas que, de fato, surgissem em relação a questionamentos observando ainda, que a medida da redução, coercitiva por sinal, atinge toda a população e, portanto, deveria ter isenção na apresentação dos resultados.


Outra questão comprometedora no polêmico assunto é que a prefeitura não diz para onde vai o dinheiro arrecadado, não mostra (e não realiza) campanhas educativas constantes para justificar tamanho investimento e aqui, registramos que fica a punição mais importante do que a educação. Aliás, o próprio poder público municipal teve que cancelar multas por não avisar motoristas que a fiscalização iria começar nas vias públicas. Também se negou a alertar motociclistas que a fiscalização começaria nas marginais, porém, treinou dezenas de guardas civis metropolitanos meses antes para esse fim, retirando-os de sua função primordial que é zelar pelo patrimônio público municipal e, na sequência, pela segurança do munícipe.


Assim, o SindimotoSP, que também é a favor da vida, não se considera “idiota” por ser contra a redução porque prefeito e equipe deveriam dar explicações, realizar as reduções de maneira ordenada e gradativa e aplicar os recursos (que podem chegar nesse ano a R$ 1,2 bilhão) em campanhas educativas específicas e constantes.


Fica aqui, ainda, vários questionamentos e perguntas não respondidas como: será que as multas são o único meio de redução de acidentes? Campanhas educativas constantes específicas também não reduziriam os índices? Ouvir especialistas em trânsito e quem convive diariamente nele não seria positivo para a administração, como acontece na área de segurança e outras?


Como diria a Luna, personagem infantil de um desenho animado… são tantas perguntas.


Encerrando, nos colocamos à disposição de qualquer meio de comunicação para explicar melhor nosso ponto de vista, lembrando que não somos contra a redução de velocidade, mas que seja feita de forma gradativa e educativa, não apenas punitiva.

Atenciosamente


SindimotoSP

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