Segundo o IPEA, cerca de 1,5 milhão de entregadores e motoristas não tiveram direitos trabalhistas em 2021

Essa impressionante mão de obra estava até o fim do ano passado na chamada Gig Economy, situação caracterizada por relações laborais entre funcionários e empresas sem vínculo empregatício, principalmente por meio de aplicativos. Dessa forma, os trabalhadores não tiveram qualquer direito trabalhista e sequer condições mínimas de trabalho, ficando à mercê da própria sorte e assumindo todos os custos da profissão.

Os números do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – são impressionantes e mostram como as empresas de aplicativos exploram os trabalhadores que ficam cada vez mais refém desse sistema. O estudo cobriu o período de 2016 a 2021 (ver gráfico abaixo). A situação, de janeiro de 2022 em diante, só piorou para o trabalhador.

No término da pesquisa, constatou-se 945 mil motoristas (61,2%) , 322 mil entregadores / motoboys (20,9%) , 222 mil mototaxistas (14,4%) e mais 55 mil profissionais restantes que entregam mercadorias com outros meios de transporte, como bicicleta.

A categoria que teve aumento expressivo no número de entregadores de mercadorias foi a de motociclistas. O número de pessoas nessa atividade passou de 25 mil, no início de 2016, para 322 mil, no quarto trimestre de 2021.

Esse grupo, assim como outros entregadores, não sofreu redução de contingente durante a pandemia, pelo contrário, aumentou, culminando em milhares de trabalhadores motociclistas e ciclistas sem direito trabalhista algum, trabalhando o dobro de horas, recebendo menos e sem condições mínimas de trabalho.

Por essas e outras é que tem crescido a insatisfação dos trabalhadores, que pedem o fim da precarização trabalhista promovida pelas empresas de aplicativos.

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