Nota de repúdio – IFood deixa motoboy na mão em plena pandemia de coronavírus

A IFood conseguiu derrubar liminar que a obrigava pagar um salário mínimo (R$ 1.045) aos seus  motoboys e ciclistas afastados por Covid-19 e, assim, abandona os trabalhadores que vierem a contrair o coronavírus a própria sorte, justo no momento que os profissionais mais precisam de auxílio.


A liminar da IFood, concedida pela desembargadora Dóris Torres Prina, derrubou a da Justiça do Trabalho proferida no último domingo (5) pelo juiz Elizio Luiz Perez, do TRT-2, que acatou Ação Civil pública do MPT, que preservava direitos mínimos e medidas sanitárias destinadas aos trabalhadores da categoria, que atualmente estão realizando muito mais entregas devido ao isolamento da população e aumento da demanda.


Se a IFood fosse uma empresa preocupada com o bem estar de seus profissionais cadastrados, jamais teria adotado tal postura, que vai na contramão do bom senso e de todos os esforços que os governos públicos e empresas sérias estão fazendo para ajudar o trabalhador.


A empresa usa verba generosa para patrocinar eventos, shows, artistas e manter escritórios de advocacia, além de estar em diversos veículos de comunicação com propagandas caríssimas, mas, retira uma ajuda importante que deveria ir justamente para quem faz ela existir: motoboys e ciclistas.


A IFood ainda relata que criou um fundo de R$ 2 milhões para ajudar os entregadores, porém, ninguém viu um único beneficiário ser auxiliado. Pior ainda se, dividido esse valor pelo número de funcionários motoboys e ciclistas que possuem, algo em torno de 100 mil, o valor para cada um seria em média R$ 20,00, ou seja, o preço de um frasco de álcool gel que dura em média 15 dias.


Isso é inadmissível, mostra a falta de responsabilidade social da IFood, o descaso com os entregadores e o desejo absoluto pelo lucro, mesmo que isso custe vidas de profissionais do setor de motofrete.


Em suas propagandas, a IFood cita que os entregadores são parceiros, mas onde está à solidariedade dela agora com os trabalhadores?


Com essa infeliz atitude, a empresa não só coloca os entregadores motociclistas e ciclistas em risco, como quem recebe as encomendas em suas casas e empresas, bem como as demais pessoas que estão na logística da entrega.


Grandes empresas tem mostrado exatamente o contrário, ajudando seus colaboradores, auxiliando a população e cooperando com os governos para minimizar riscos, além de proporcionar condições de trabalho a seus funcionários.


Assim, a IFood presta um desserviço à sociedade e, principalmente aos seus entregadores com esta atitude, no mínimo, lamentável. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.