Loggi e demais empresas de motofrete com aplicativos empurram setor para baixo
Trabalhadores aguardam os chamados na rua, próximos aos clientes da LOGGI TECNOLOGIA LTDA. Ao registrar a foto, os trabalhadores imediatamente colocam os seus capacetes para não serem identificados porque temem represálias, como já aconteceu com outros motociclistas. Nenhum trabalhador quis se identificar para a fiscalização por temerem represálias da empresa. MTE – SRTE/SP – Foto: divulgação |
Precarização das relações trabalhistas, baixa remuneração – a
Loggi pagava R$ 22,90 (2013) e agora paga R$ 12 (2018) com nenhum reajuste e
sim, com projeção de diminuição do valor ainda esse ano, e trabalho sem jornada
fixa são algumas das situações vividas pelos motoboys que trabalham para essas
empresas nas grandes cidades brasileiras Dessa forma, motociclista que trabalha
para a Loggi teve salário diminuído com o passar dos anos enquanto profissionais
registrados em carteira tiveram diversos aumentos nas Convenções Coletivas
negociadas pelo SindimotoSP, além de direitos e benefícios preservados.
A Loggi e outras que atuam no setor dessa forma estão, de
fato, explorando o trabalhador e podem até iludir os motoboys, mas não
convenceram o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Elas estão sendo
investigadas e já foram chamadas para darem explicações para o governo federal.
reais e teve, em sentença proferida pelo MTE , também foi obrigada a registrar
pouco mais de 500 funcionários.
A Loggi e demais empresas que exploram o setor dessa forma praticam
concorrência desleal com as empresas de entrega express, tiram todos os
direitos dos trabalhadores motociclistas com brechas nas leis e fazem o que
querem e na contramão da história, ainda sucateiam o setor tratando os motoboys
como empresário só no papel, pois assim, eles não fazem greves, protestos e
reivindicações. E quando fazem, a Loggi, principalmente, elimina sumariamente o
trabalhador da plataforma.
Com essa desculpa de motoboys serem MEIs, a Loggi diz que
vai renegociar os contratos em todos os sentidos, mas não o faz. Resultado
disso é o motociclista profissional ter que gastar uma fortuna com itens
obrigatórios de segurança para moto, curso, Condumoto e Licença Motofrete para
ter que se sujeitar as exigências da empresa, que fatura cada vez mais. Segundo
revista importante do setor de negócios, em 2017 a Loggi teve faturamento milionário.
Enquanto isso, trabalhadores tem reclamado que ficam aguardando
chamadas na rua debaixo de sol ou chuva, tem que se submeter a jornadas longas
para garantir um ganho mínimo e não tem nenhum direito ou benefício, como os conquistados
em 10 anos de luta pelo SindimotoSP, como a atual reajuste salarial que ficou
acima da inflação, além de periculosidade, entre outros.
O que é certo é certo, a justiça tarda, mas não falha e no
final das contas tudo será colocado em pratos limpos e os trabalhadores terão
seus direitos respeitados e preservados, aliás, um empresário que tem leis
trabalhistas que funcionam no país dele e diz respeitar, deveria no mínimo,
fazer isso no Brasil.