Loggi abandona trabalhador motociclista com dedo quebrado em 3 lugares. Seis pinos já foram colocados e a perícia está marcada só para fevereiro. Até lá, ele viverá do quê?


Rodolfo Souza Wochner, 29, trabalha como motoboy há 10 anos. Seu último emprego foi na Gui Express. Recebia, como funcionário registrado, todos os benefícios da categoria que estão contidas na Convenção Coletiva do SindimotoSP, e ainda 13º, férias, contagem de tempo para aposentadoria. Tinha também, por recolher INSS, garantia de cuidados médicos caso se acidentasse e até pagamento de salário se ficasse afastado por doença ou acidente. E ainda por cima, tinha seguro de vida gratuito.

Porém, como vários motoboys, foi iludido por ganhos acima da média na empresa de aplicativo. Deixou todos os benefícios citados acima para se tornar MEI (Micro Empresário Individual). No começo, a Loggi, para atrair o motociclista, pagava, de fato, muito bem, mas, quando teve certeza que ditava as regras do jogo, fechou negociações, criou obrigatoriedades e precarizou de vez as relações trabalhistas.

Assim, quando Rodolfo sofreu um acidente no dia 3/10/2016 na região do Morumbi, às 18 hs, a Loggi o desconectou do sistema e o deixou a própria sorte alegando que não tinha obrigações nenhuma com ele, que estava naquele dia trabalhando para à empresa desde às 8 hs da manhã e rodado mais de 120 kms.

De lá para cá, abandonado e com o dedo mindinho quebrado em 3 lugares, teve que colocar 6 pinos. Sua perícia está marcada para fevereiro de 2017. Até lá, o que ele faz

Bom, no desespero, já vendeu a moto e vende marmita e camisetas para sobreviver. Está passando muitas necessidades e alguns motocas amigos estão ajudando, para que ele não passe fome.

O caso dele é igual a muitos motociclistas profissionais que estão procurando o SindimotoSP. A Loggi, assim como outras empresas de aplicativo, querem explorar o mercado, como os portugueses fizeram com o Brasil, em tempos de colônia. Querem lucrar, ganhar e arrecadar cada vez mais, porém, pouco se importam com os profissionais que arriscam-se nas ruas para fazer a entrega.  Loggi e outras, gastam verdadeiras fortunas com publicidade, compram à mídia e não tem coragem, sequer, de cuidar do trabalhador num momento de dificuldade, amparar o motociclista ou até sua família.

Em nosso entendimento, o compromisso social delas é ZERO, pois, preocupar-se porque? Eles são MEI, que se virem.

Essa injustiça tem que acabar e estamos cansados dos poderes públicos dizerem que o aplicativo no motofrete é novidade, não há legislação para eles. É preciso ação imediata e que garanta o mínimo de sobrevivência, digna e honesta para o trabalhador.

Aliás, fica aqui nosso recado a todos os MEIs de aplicativo: cuidado, vocês podem ser os próximos.

Se você não é como as empresas de aplicativo e quiser ajudar um motoca do bem, acesse www.motoloko.loja2.com.br e compre uma camiseta que o Rodolfo vende. Ele, a esposa e a filha de 2 anos agradecem.
  

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