Audiência Pública sobre saúde dos trabalhadores por apps mostra cenário de guerra

Com participações de especialistas em trânsito, órgãos públicos, vereadores, sindicalistas e motoboys, o evento da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores de São Paulo trouxe números característicos de uma verdadeira guerra. Cada vez mais, motociclistas morrem ou sofrem amputação pela ganância das empresas de aplicativos.

Segundo a Drª Julia Greve, do Hospital das Clínicas – Instituto de Ortopedia e Traumatologia (HC-IOT), 80% dos acidentados que lotam os leitos do hospital são motociclistas vindos de acidentes de moto quando realizavam entregas para empresas de aplicativos.

No contexto geral explicado pelos especialistas presentes, foram 834 mortes e cerca de 14.500 acidentes, sendo destes, 12.000 com motos e quase 2.500 com bike.

Em setembro de 2021, o Governo Federal divulgou que o SUS gastou R$ 279 milhões em acidentes. Segundo média, o custo de internação ficou em torno de R$ 65 mil e de mortes R$ 545 mil.

A vereadora que organizou a audiência, Luana Alves (PSOL), disse que todo esse custo tem sido bancado pelo SUS enquanto as empresas de apps no delivery, sequer tem pago o uso do viário.

O presidente do SindimotoSP e da Febramoto Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, em seu discurso ressaltou que os problemas de saúde que tem diminuído a qualidade de vida dos entregadores e levado muitos a amputação e até morte, são  resultado de longas jornadas, baixa remuneração, falta de apoio e de responsabilidade social, além da precarização trabalhista que estas empresas promovem.

“A carnificina vai continuar se não houver um posicionamento rápido e favorável no Judiciário a favor dos trabalhadores, porque as empresas só querem o enriquecimento e mostrar números favoráveis aos acionistas”, diz Gil.

Crédito Imagens: Youtube Câmara dos Vereadores de São Paulo.

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