Empresas de apps não oferecem padrões de trabalho decente e o direito de sindicalização dos trabalhadores, diz o Relatório Fairwork Brasil 2023

O relatório “Fairwork Brasil 2023: Ainda em Busca de Trabalho Decente na Economia de Plataformas”, do grupo de pesquisadores brasileiros ligados à rede mundial Fairwork, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, avaliou as condições de trabalho oferecidas pelas empresas de aplicativos para entregadores e motoristas no Brasil.

Pela segunda vez consecutiva, os dados apenas reforçam a forte precarização que estas empresas promovem, assim como a necessidade urgente de mudanças para que os trabalhadores tenham um trabalho digno e decente.

Foram analisadas 10 empresas e atribuídas notas de 0 a 10 para os critérios de remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação, sendo que a maior nota alcançada por uma empresa na somatória dos pontos foi um vergonhoso 3 da AppJusto, enquanto o iFood chegou a míseros 2 pontos e a Parafuzo 1 ponto, enquanto Americanas Entrega Flash, GetNinjas, Lalamove, Loggi, Rappi e Uber, sequer obtiveram pontuação.

Para os organizadores do estudo, a maioria dos trabalhadores que prestam serviços em plataformas digitais no país enfrenta condições de trabalho injustas e desumanas, além da total falta de proteção social.

Dentro desse cenário de exploração, vale ressaltar que nenhuma empresa pontuou no quesito condições justas de trabalho, o que significa que não houve evidências suficientes de que as dez plataformas cumprem de fato tal princípio como alegam na mídia, para a população e até o governo federal.

Outro critério em que nenhuma empresa pontuou foi representação justa dos trabalhadores por sindicatos, pois as plataformas não asseguram a liberdade de associação e a expressão da voz do trabalhador.

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