Sem ter o que comemorar
No dia em que se comemora conquista trabalhistas, o sindicato dos motoboys de São Paulo vai às ruas para expor dificuldades dos trabalhadores do setor de motofrete.
Hoje (1), pela manhã e parte da tarde, o SindimotoSP realizou mega protesto que serviu para mandar recado para o governo federal, Supremo Tribunal Federal (STF) e sociedade, por conta da precarização e ‘pejotização” que os entregadores, motoboys e ciclo boys vem enfrentando.
Para o governo federal, as palavras de ordem dos manifestantes cobraram posicionamento em relação a regulamentação das empresas de aplicativos. Promessa de campanha do presidente Lula, de acabar com a precarização sequer saiu do papel até aqui.
As empresas deitam e rolam, dão as cartas e manipulam governo e sociedade para seus próprios interesses. Os sindicalistas cobraram atitude imediata do presidente Lula e do ministro Luiz Marinho para dar um fim nesse sistema exploratório que estão vivendo os entregadores, principalmente.
Já para o STF, o recado foi para que não levem adiante a oficialização da ‘pejotização’, sistema de contratação altamente prejudicial para os trabalhadores e que só beneficiam empresas. Os sindicalistas temem que, se o Supremo permitir a ‘pejotização’, o judiciário trabalhista, diga-se Tribunal Superior do Trabalho (TST), perderá sua importância, os trabalhadores não terão mais a quem recorrer e as empresas poderão levar adiante esse sistema exploratório gerando retrocesso nos direitos trabalhistas e decadência geral do setor de motofrete.
A manifestação de hoje, realizada pelo SindimotoSP reuniu quase 1000 motociclistas, no horário do pico, percorreu vias estratégicas da cidade, saindo da Zona Sul, passando pela Marginal Pinheiros, Avenida Rebouças, centro da capital e finalizando em grande ato público na Praça da República.
O SindimotoSP reivindica para os entregadores a definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida; aumento no valor pago por quilômetro rodado (de R$ 1,50 para R$ 2,50); limitação de um raio de 3 km para entregas feitas por bicicletas; garantia de pagamento por pedidos, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota, bem como fim das longas jornadas e dos bloqueios indevidos; direitos trabalhistas; melhores condições de trabalho tanto na questão da saúde do trabalhador quanto sua segurança e que as empresas abandonem as práticas antissindicais.
O SindimotoSP ainda disse que não irá parar e que já se movimenta para outros manifestações pacíficas, tanto nas vias públicas quanto nas sedes das grande empresas de app que exploram o setor, além de endereços do governo federal em São Paulo.
Polícia Militar e CET acompanharam a manifestação pacífica que não registrou nenhuma ocorrência.
Líderes sindicais, toda a diretoria do SindimotoSP, ciclo boys, militantes, representantes de outras instituições, influenciadores digitais motoboys, entre outros, marcaram presença no evento.
Abaixo você confere imagens do evento.