Pesquisa “revela”: Entregadores de Apps têm jornada de 64,5 horas durante a pandemia

A Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) divulgou esta semana uma pesquisa inédita sobre os Entregadores. Segundo o estudo, trabalhadores que têm na entrega por aplicativos a única ocupação possuem jornada de semanal 64,5 horas ou 10 horas e 24 minutos por dia. Em média, atuam 6,16 dias por semana, sendo que 40% deles trabalham todos os dias. Considerando a jornada regulamentada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), de 44 horas, é como se fizessem 20 horas extras semanais.

MAIS DADOS

Os pesquisadores acompanharam 103 entregadores (72 motociclistas e 31 trabalhadores em bicicletas) nas cinco regiões do Brasil, contemplando 38 cidades de 19 estados. A idade varia entre 18 e 50 anos, e, em média, trabalham para as plataformas de aplicativos há dez meses.

51,7% deles recebem, por hora, menos do equivalente a um salário mínimo. A situação é ainda pior quando avaliados os ciclistas isoladamente. Ao final de um mês de trabalho, com jornada média de mais de 57 horas semanais, conseguem apenas R$ 932 brutos e R$ 701 líquidos. É por isso a nossa luta. São estes números os causadores da minha revolta, acompanhada por milhares de Motoboys em todo o País. Como podemos aceitar essa realidade? Todos têm de ter o direito de escolher como desejam trabalhar, mas nada pode sobrepor a dignidade do ser humano. É impossível sustentar uma família com tão pouco. Os apps cada vez mais bilionários e os Motocas de lado.

VANTAGENS DA CARTEIRA ASSINADA

Conforme dados da pesquisa, os entregadores com carteira assinada têm rendimentos superiores aos contratados como autônomos (PNAD Covid), seja antes (8% acima) e ainda mais durante a pandemia (56% superior). Isso sem contar os demais direitos da CLT que aumentam a renda (férias, 13º salário, FGTS).

Como bem pontuou Leonardo Sakamoto, em sua coluna no UOL:

Empregados com carteira têm jornadas com limites, descanso semanal e férias, ao passo que os entregadores “autônomos” vivem jornadas semelhantes às da revolução industrial. E enquanto a CLT tem regras para a aplicação de punições e dispensa dos trabalhadores, as plataformas punem e desligam trabalhadores de modo unilateral”.

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